O recuo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação à fiscalização do Pix foi uma “inacreditável demonstração de covardia”, de acordo com a visão do jornal O Estado de S. Paulo. O periódico, que frequentemente torna suas opiniões políticas conhecidas por intermédio de seus editoriais, publicou, nesta sexta-feira (17), que o petista se tornou “refém de uma conjuntura muito mais espinhosa do que a de seus mandatos anteriores” e atualmente “já não governa. É governado”.
– E note-se: o veteraníssimo Lula não está sendo governado apenas pelas raposas felpudas do Centrão, mas também por um rapaz de 28 anos, mal entrado na política. O rapaz em questão é o deputado oposicionista Nikolas Ferreira (PL-MG), que gravou um vídeo singelo no qual levantou dúvidas sobre as verdadeiras intenções do governo ao obrigar bancos digitais e operadoras de cartão de crédito a informar ao Fisco movimentações mensais por Pix superiores a R$ 5 mil por pessoas físicas e a R$ 15 mil por pessoas jurídicas.
Para o veículo de comunicação, Nikolas deve ter gastado uma quantidade ínfima de dinheiro para gravar e lançar o vídeo, em comparação com o quanto o governo provavelmente desembolsou para refutar, sem sucesso, aqueles que criticaram a medida. O motivo do fracasso, conforme o jornal, não é uma questão de comunicação, e sim o fato de que “ninguém mais acredita no governo”.
Com base nesses argumentos, o editorial ironiza que, em vez de simplesmente entregar a chefia da Secretaria de Comunicação (Secom) a um marqueteiro, Lula deveria contratar um ilusionista. Adverte ainda que a licitação de quase R$ 200 milhões que o novo ministro, Sidônio Palmeira, quer destinar às redes sociais governistas será dinheiro jogado fora.
– Os brasileiros já se convenceram de que o único propósito do governo Lula é arrancar o suado dinheiro dos contribuintes para aumentar a capacidade do Estado de lhes atrapalhar a vida. Fazer gracinhas nas redes sociais, a título de confrontar o que o governo chama de fake news, não vai resolver o problema de fundo do governo – observou.
Para o Estadão, a única forma contundente de enfrentar o discurso da oposição seria bancar medidas que genuinamente reduzissem os gastos públicos e mostrar aos cidadãos seu compromisso de diminuir a “pesadíssima carga tributária”. No entanto, segundo o jornal, o “governo prefere continuar a passar vergonha”.
Fonte: Pleno.News