A maior do mundo: como é a gigantesca turbina marítima recém-instalada pela China?

A torre está alinhada num ângulo ideal em relação ao vento, aumentando a área efetiva e melhorando a captação de energia eólica.
A torre está alinhada num ângulo ideal em relação ao vento, aumentando a área efetiva e melhorando a captação de energia eólica.
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04/09/2024 18:19 | 6 min de leitura


A OceanX é uma inovadora megaestrutura de hélice dupla que terá capacidade para fornecer energia para mais de 30 mil residências na China durante um ano.

O gigante asiático acaba de assinalar um novo marco no desenvolvimento das energias renováveis, com a instalação da maior plataforma flutuante de energia eólica do mundo.

 

Chama-se OceanX e possui uma nova estrutura em forma de “V”, com duas enormes hélices em cada extremidade. No total, a estrutura atinge 396 metros de largura e 219 metros de altura.

 

O design inovador permite operar com ventos de até 260 km/h. As turbinas podem girar em direções opostas, maximizando sua potência e eficiência. Cada turbina tem capacidade de 8,3 megawatts (MW), totalizando 16,6 MW.

 

Uma vez operacional, espera-se que produza 54 milhões de kWh por ano, o suficiente para abastecer 30 mil residências com três pessoas cada durante 1 ano.

 

A empresa chinesa Mingyang foi a responsável pelo desenvolvimento da estrutura, que foi rebocada durante 50 horas, 350 quilômetros mar adentro, até ficar localizada no parque eólico offshore de Yangjiang Mingyang Qingzhou IV, em Guangdong, uma zona onde o vento intenso e a formação de tufões são comuns.

 

A plataforma pode operar em áreas marítimas com profundidades superiores a 35 metros. Tem deslocamento total de 15 mil toneladas e calado de reboque de 5,5 metros.

“A base flutuante é o componente chave para turbinas eólicas flutuantes nas profundidades e em alto mar. Ao contrário das bases flutuantes de aço tradicionais, a base flutuante OceanX consiste em três flutuadores, braços de concreto e conectores”, explica a empresa em comunicado.

 

base flutuante também utiliza uma estrutura de montagem em concreto prensado de alta resistência, o que facilita a fabricação modular e em lote, reduzindo substancialmente os custos de construção.

China e as energias renováveis

China, que é o maior emissor de gases de efeito estufa, também está na vanguarda da fabricação e instalação de painéis solares. Segundo um relatório oficial recente, cerca de 1/4 da energia consumida no país provém de fontes limpas, como a solar e a eólica.

 

Este compromisso com as energias limpas deve-se a vários fatores: à crescente procura interna de energia, a necessidade de reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e a preocupação com as mudanças climáticas.

 

Em 2023, a China investirá 130 milhões de dólares neste setor e controlará 80% da produção global de painéis solares.
 

O país também está promovendo pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias relacionadas com as energias renováveis, de acordo com os seus objetivos de aumentar a proporção de energia limpa na sua matriz energética, para a qual tem promovido um quadro regulamentar favorável.

Outros países estão avançando com projetos deste tipo. A empresa holandesa GE Renewable Energy desenvolveu uma turbina offshore resistente a furacões. Alguns projetos nos Estados Unidos criaram turbinas eólicas com pás flexíveis, inspiradas nas palmeiras, para aproveitar os ventos extremos dos ciclones tropicais.

Tempo.com

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