A jornalista Dayana Krays foi recentemente detida em Caracas pelo regime do ditador Nicolás Maduro. Krays, que trabalha para o veículo jornalístico digital equatoriano LaDataEc, estava cobrindo uma manifestação convocada pela opositora venezuelana María Corina Machado quando foi capturada.
A detenção de Krays foi denunciada imediatamente pelo LaDataEc através de suas redes sociais. “Urgente, jornalista de La Data foi detida pelo regime de Maduro!”, anunciou a plataforma no X. A jornalista foi detida por agentes do governo de Maduro após cobrir uma manifestação que questionava a legitimidade das eleições na Venezuela.
Motivo
As autoridades venezuelanas têm intensificado a repressão a jornalistas e ativistas políticos. Nos últimos dias, várias detenções e expulsões foram registradas. Segundo o LaDataEc, Dayana Krays foi acusada de “promover o ódio”, uma justificativa frequentemente usada pelo regime para silenciar críticas.
A Associação de Jornalistas Venezuelanos no Equador (APEVE) foi uma das tantas entidades que condenaram a prisão de Krays, classificando a ação como um ataque direto à liberdade de imprensa. Essa repressão coordenada pelo governo de Maduro é vista por muitos como uma tentativa desesperada de manter o controle sobre a narrativa que vem do país.
Dayana Krays
Maduro expulsa jornalista espanhol
No mesmo sábado em que Dayana Krays foi presa, o regime de Maduro também expulsou o jornalista Álvaro Nieto, diretor do jornal espanhol The Objective. Nieto foi interrogado por duas horas e depois expulso sem qualquer explicação. A Associação de Imprensa de Madri (APM) denunciou o ocorrido, afirmando que isso demonstra “desprezo pela liberdade de imprensa”.
Nieto foi impedido de entrar em contato com a Embaixada da Espanha durante sua detenção, o que caracteriza uma violação de direitos básicos. A medida de expulsar jornalistas estrangeiros tem sido uma ferramenta frequente do regime de Maduro para impedir a divulgação de informações sobre a real situação no país.
Álvaro Nieto
O que é o método “Tun Tun” na repressão venezuelana?
O regime de Nicolás Maduro tem utilizado o temível método “tun tun” para perseguir opositores e ativistas de direitos humanos. Essa prática envolve oficiais do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) e da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), que batem nas portas dos procurados sem nenhum mandado ou acusação.
O nome “tun tun” remete ao som de uma mão batendo na porta e foi popularizado por Diosdado Cabello, um dos líderes chavistas, em 2014. No sábado, Yendri Velásquez, um conhecido ativista dos direitos humanos e diretor do Observatório Venezuelano da Violência LGBTIQ+, foi preso no aeroporto de Maiquetía, perto de Caracas, utilizando esse método arbitrário.
Diosdado Cabello
Repercussões internacionais
A pressão internacional sobre o governo de Nicolás Maduro tem aumentado à medida que mais incidentes desse tipo ocorrem. Muitas organizações de direitos humanos e entidades jornalísticas estão exigindo respostas e ações concretas para garantir a liberdade de imprensa e a proteção dos direitos humanos na Venezuela.
Associação de Jornalistas Venezuelanos no Equador (APEVE) expressou veementemente sua condenação à prisão de jornalistas como Krays.
Associação de Imprensa de Madri (APM) criticou a expulsão de Álvaro Nieto, afirmando que tais ações são parte de uma estratégia maior de silenciamento.
O aumento da repressão tem levado a um êxodo de jornalistas e ativistas para fora da Venezuela, buscando segurança e a liberdade de continuar seu trabalho.
Cenário preocupante para a liberdade de imprensa na Venezuela
A recente onda de repressão contra jornalistas como Dayana Krays e Álvaro Nieto é apenas uma parte do complexo cenário de direitos humanos na Venezuela. Com o uso de métodos arbitrários como o “tun tun”, o regime de Maduro continua a manter um controle firme e autoritário sobre o país, silenciando vozes dissidentes e perpetuando uma atmosfera de medo e repressão.
A comunidade internacional está vigilante, mas a real mudança dependerá de uma pressão constante e consistente para que os direitos básicos de liberdade de expressão e de imprensa sejam respeitados na Venezuela.
Fonte: Terra Brasil Notícias