Mossoró, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, vive uma semana decisiva com a definição das candidaturas à prefeitura, oficializadas em convenções partidárias. No centro das atenções, está o prefeito Allyson Bezerra, um personagem que tem suscitado discussão na esfera pública.
Allyson Bezerra, que se apresenta como o "menino pobrezinho", há muito parece ter deixado essa realidade para trás. Em suas aparições públicas, é evidente seu gosto por ostentar, cercado por um comboio de carros e um séquito de seguranças.
Além disso, reside em um dos condomínios mais luxuosos da cidade. As críticas apontam que há uma disparidade entre a figura midiática de Allyson e seu comportamento longe dos holofotes.
Em ocasiões sem a presença de câmeras, ele demonstra ser uma pessoa de difícil acesso e soberba.
Um episódio notável é a atitude de Allyson durante visitas do ex-presidente Bolsonaro a Mossoró. Apesar de depender de uma parcela do eleitorado de direita, Allyson, com um histórico ligado a movimentos sindicais e de esquerda, demonstrou desinteresse em diversas ocasiões.
Algumas fontes sugerem que ele considera Bolsonaro "muito à direita".
No entanto, a contradição vai além da política de imagem. Allyson se apresenta como crente, mas foi flagrado em festas que contrastam com essa imagem religiosa.
Um vídeo nas redes sociais revelou uma dessas celebrações, que contou com a presença do cantor Vicente Nery, regada a bebidas alcoólicas.
Além disso, antigos aliados do prefeito sentem-se traídos. O presidente da Câmara Municipal, por exemplo, que foi um de seus principais apoiadores, agora luta para formar uma nominata devido ao suposto boicote de Allyson.
As tensões políticas se intensificam com o caso do senador Rogério Marinho. Quando ministro, Rogério trouxe recursos e apoio para Mossoró, fortalecendo politicamente o prefeito.
No entanto, Allyson parece ter ignorado essa aliança, prejudicando antigos apoiadores em prol de seu projeto pessoal.
As pesquisas refletem o descontentamento da população. Nos últimos 60 dias, Allyson Bezerra perdeu 17 pontos percentuais, mesmo com eventos destinados a conquistar diferentes segmentos da população, como o "Mossoró Cidade Junina" e o "Mossoró Sal e Luz".
A Bíblia adverte que "a soberba precede a queda". Allyson Bezerra, um prefeito que divide suas atenções entre fogueiras juninas e cultos evangélicos, caminha sobre uma linha tênue.
Nos próximos meses, veremos se a imagem criada pela mídia conseguirá se sobrepor à realidade e garantir a reeleição de Allyson. As eleições que se aproximam serão o palco desse embate entre o real e o midiático.
Júnior Melo advogado e Jornalista