Um aplicativo de celular está ajudando Nicolás Maduro a caçar opositores na Venezuela. O VenApp foi criado pelo regime chavista para que, de forma anônima, aliados do ditadura possam denunciar os seus “inimigos” ao governo. As lojas App Store, da Apple, e Google Play já bloquearam o software no país, mas ele continua ativo em aparelhos cujo download já foi realizado.
Punições, como prisões e sequestros, foram intensificadas depois dos protestos contra o resultado das urnas no pleito eleitoral de 28 de julho que, de maneira fraudulenta, deu vitória a Maduro.
O app é uma ferramenta adicionais de repressão à população. De acordo com Maduro, “mais de 5 mil ameaças” acusações já foram “atendidas”.
“Este é o aplicativo para denunciar os fascistas”, disse o ditador, em um comício recente, ao apresentar o sistema online de delação.
Uma moradora de um dos bairros mais pobres de Caracas, cuja identidade foi mantida sob sigilo, disse à reportagem da CNN que o medo de sofrer represálias a impede de participar dos protestos contrários ao resultado eleitoral.
A mulher acredita que cerca de 80% da área onde vive apoia a oposição, no entanto, todos estão intimidados demais para se manifestar. Ela mencionou que, além de serem denunciados pelo aplicativo, ela e seus vizinhos temem pelas câmeras de vigilância instaladas em diversos pontos da cidade por paramilitares, mais conhecidos como “coletivos”, ligados a Maduro.
Tais equipamentos captam imagens constantemente, na busca de identificar os adversários que se manifestarem de alguma forma contra a ditadura.
Em comunidades pobres de Caracas, grupos paramilitares têm sido historicamente usados pelo regime chavista para intimidar e atacar a população. Depois das eleições de julho, as portas das casas de opositores do ditador Nicolás Maduro na Venezuela são marcadas com um X preto. Essa é uma forma de identificar onde residem os adversários do regime.
Um cidadão, identificado como “Pablo” por medo de retaliação, relatou que 32 das 50 casas de sua rua, em Caracas, foram sinalizadas com a letra X. As marcas surgiram dias depois de Maduro reivindicar a sua reeleição na Presidência. Esse resultado é contestado pela oposição e também pela comunidade internacional.
Revista Oeste