Barroso declara que os ministros do STF são 'imunes às paixões políticas'

 Fotos: Antonio Augusto/STF, Gustavo Moreno/STF e Fellipe Sampaio/STF
Fotos: Antonio Augusto/STF, Gustavo Moreno/STF e Fellipe Sampaio/STF
COMPARTILHE
03/02/2025 16:01 | 3 min de leitura


Era para ser apenas uma cerimônia de abertura do ano judiciário, mas a solenidade no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (3), foi marcada pelo discurso confrontativo proferido pelo presidente da Casa, ministro Luís Roberto Barroso.

Diante das presenças dos presidentes recém-eleitos da Câmara dos Deputados e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), além do presidente Lula (PT), Barroso saiu em defesa de seus pares e argumentou que as democracias “precisam de agentes públicos não eleitos pelo voto popular, para que permaneçam imunes às paixões políticas”.

O magistrado defendeu que a democracia tem lugar para todos, citando os liberais, progressistas e conservadores.

– Só não tem lugar para quem não aceite jogar o jogo pelas regras da democracia – destacou.

Barroso afirmou “que todas as democracias reservam uma parcela de poder para ser exercida por agentes públicos que não são eleitos pelo voto popular, para que permaneçam imunes às paixões políticas de cada momento”.

– Esses somos nós – disse o ministro rechaçando qualquer inclinação política por parte dos demais magistrados da Suprema Corte.

O presidente do STF seguiu sua autodefesa com bravura.

– O título de legitimidade desses agentes é a formação técnica e a imparcialidade na interpretação da Constituição e das leis – pontuou.

Barroso minimizou a enxurrada de críticas ao tribunal e o expressivo descontentamento de grande parte da população acerca da atuação enviesada do STF.

– Faz parte do nosso papel. Há sempre um grau de insatisfação, e de rejeição. Faz parte da vida, e nós não devemos nos abalar com isso. E é assim com todas as cortes constitucionais do mundo, dos Estados Unidos à África do Sul, da Colômbia a Israel.

Já o presidente da Câmara, Hugo Motta, defendeu um parlamento forte como remédio para evitar uma ditadura e falou em “lutar pela democracia”.

– Não existe ditadura com parlamento forte. O primeiro sinal de todas as ditaduras é minar e solapar todos os parlamentos. Por isso, temos de lutar pela democracia.

Fonte: Pleno News

Leia também