A brasileira Fatima Boustani, de 30 anos, ferida junto com a filha, de 10, e o filho, de 9, quando a casa em que viviam, em Saddike, no sul do Líbano, foi atingida por um bombardeio, está em estado gravíssimo. A informação sobre o quadro de saúde dela foi passada por Hussein Ezzddein, que mora no Brasil e é primo de Ahmad Aidibi, marido de Fatima.
Fatima está com sangramentos na cabeça e no pulmão. Os dois filhos têm ferimentos por diversas partes do corpo. Segundo familiares, a menina passou pela terceira cirurgia na noite de anteontem e recebeu transfusão de sangue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Libanês Italiano, em Tiro, no sul do país, e o menino está em observação na enfermaria do mesmo hospital.
Nacionalidade brasileira
O marido de Fatima, que é libanês, retornou ao Brasil há três semanas, depois de visitar a família no Líbano. Ela e os filhos conseguiram a nacionalidade brasileira há poucos meses. Os planos da família eram que todos retornassem ao país. Aidibi e Boustani têm quatro filhos, de 12, 10, 9 e 7 anos. Saddike, onde moram, fica a 100km de Beirute, capital libanesa.
Nascida no Líbano, Fatima viveu alguns anos no Brasil e também tem parentes brasileiros. A família Aidibi chegou a realizar pelo menos quatro viagens a São Paulo. Durante um período, os filhos do casal ainda frequentaram a escola.
As circunstâncias do bombardeio que atingiu a casa de Fatima ainda não estão claras, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil. Ela e dois dos quatro filhos estavam em casa no momento do ataque. As outras crianças escaparam da tragédia porque tinham saído para visitar a casa dos avós.
Drones
Vídeos nas redes sociais mostram um drone, do tipo Hermes 900, caindo no sul do Líbano. No entanto, a imprensa oficial libanesa tem responsabilizado o governo de Israel. Mas não há confirmação sobre isso por parte das forças da Organização das Nações Unidas (ONU).
A Embaixada do Brasil em Beirute acompanha a situação e está em contato com os parentes. A Embaixada informou que recomenda que brasileiros não viajem ao sul do Líbano e deixem o país.
Desde o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel, em outubro de 2023, o governo israelense tem bombardeado a Faixa de Gaza. O Hezbollah, outro grupo terrorista, baseado no Líbano, dá apoio ao Hamas na guerra.
Parentes pedem ajuda
Familiares de Fatima Boustani estão pedindo às autoridades brasileiras que transfira com urgência, para uma área segura, os outros dois filhos dela que não foram feridos no bombardeiro de sábado. São uma menina de 7 anos e um garoto de 12. Atualmente, os dois estão na casa de parentes no interior do Líbano, região próxima a Israel e onde os ataques estão concentrados.
— A mãe está entre a vida e a morte. As crianças estão perdidas, não sabem com quem falar, sem a mãe e sem o pai. Elas estão em região de muito ataque. Estamos pedindo socorro para trazer pelo menos essas crianças para Beirute (capital do Líbano) — contou Hussein Ezzddein, primo do casal que mora no Brasil: — A gente precisa que as autoridades brasileiras tragam as crianças e a Fatima para aqui, com médicos mais especialistas. O pai está mal, ele precisa dos filhos, da família dele.
Fonte: Extra
