Bruno Henrique se recusa a depor à PF e é suspeito de apagar quase 4 mil mensagens em caso de apostas

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17/04/2025 12:52 | 4 min de leitura


O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, recusou-se a prestar depoimento à Polícia Federal (PF) na investigação que apura suspeitas de manipulação de resultado envolvendo apostas esportivas. Segundo a defesa do jogador, ele não compareceu por “compromissos profissionais” e não pretende ser interrogado nem aceitar o reagendamento da oitiva.

Bruno Henrique é investigado por supostamente forçar um cartão amarelo durante a partida entre Flamengo e Santos, realizada em 1º de novembro de 2023, pelo Campeonato Brasileiro. A suspeita é de que o jogador teria agido para favorecer familiares que teriam apostado que ele seria advertido. O atleta foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraude esportiva, com pena prevista de dois a seis anos de prisão, além de multa.

Em relatório encaminhado à PF, três empresas de apostas alertaram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) sobre o volume atípico de apostas no mercado de cartões. Em uma delas, 98% dos valores estavam direcionados para que Bruno Henrique recebesse um cartão amarelo; em outras duas, o percentual ficou em 95%.

O caso ganhou novos contornos após a PF identificar que o jogador apagou cerca de 3.989 conversas no WhatsApp. Segundo os investigadores, todos os chats estavam vazios, o que levantou suspeitas de destruição de provas.

Entre os indícios apontados pelos investigadores, estão:

  • A maioria das apostas foi feita em contas abertas na véspera ou no dia do jogo contra o Santos;

  • Apostadores habituais alteraram o padrão das apostas, colocando valores maiores ou escolhendo mercados diferentes dos usuais;

  • A maioria das apostas foi feita a partir de Belo Horizonte, cidade natal do jogador.

Em nota oficial, o Flamengo afirmou que ainda não foi comunicado formalmente pelas autoridades sobre o caso, mas reforçou seu compromisso com o fair play esportivo e a presunção de inocência:

“O Clube tem compromisso com o cumprimento das regras de fair play desportivo, mas defende, por igual, a aplicação do princípio constitucional da presunção de inocência e o devido processo legal, com ênfase no contraditório e na ampla defesa, valores que sustentam o estado democrático de direito.”

Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas foram indiciadas na mesma investigação. A apuração teve início em 9 de agosto de 2024, oito dias após as empresas de apostas alertarem a CBF sobre o volume anormal de apostas relacionadas à partida.

 

Fonte: Gazeta do Brasil

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