Abrigado por escolha própria no Senado após o bloqueio de suas contas bancárias pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou ao site Poder360, na segunda-feira (09), que passa a noite no prédio da instituição devido ao medo de ser assassinado e à falta de condições financeiras para manter seu imóvel funcional.
Do Val comparou sua situação à de PC Farias, tesoureiro da campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello (1990-1992), que foi assassinado em 1996. O congressista alegou que tem grandes chances de ser morto e expressou sua preocupação com a segurança própria e de sua família.
“Nos bastidores do crime, sou o próximo PC Farias. É muito provável que serei assassinado“, afirmou o parlamentar.
O senador, que se divorciou recentemente e tem uma filha cuja idade não foi divulgada, preferiu não revelar quem poderia ter interesse em sua morte.
Ele declarou que suspeita ser alvo de assassinato por supostamente saber informações comprometedores, mencionando alegações de fraude nas eleições de 2022 e intervenção do FBI na eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em seu gabinete, decorado com katanas, réplicas de peças do Império Romano e balas de revólver, Do Val acusou Moraes de perseguição, atribuindo-lhe “problemas mentais” e motivação por “ódio”.
Após o bloqueio das contas de Do Val, Moraes autorizou, em 27 de agosto de 2024, que o senador recebesse 30% de seu salário, cerca de R$ 13.000 dos R$ 44.000 a que tem direito. Do Val é suspeito de obstrução de Justiça por publicar nas redes sociais informações sobre o delegado da PF Fábio Schor, responsável pelas investigações contra Jair Bolsonaro (PL).
O senador apresentou ao Poder360 um extrato de sua conta bancária com uma dívida de quase R$ 50 milhões, resultante do bloqueio determinado por Moraes. Sem condições de arcar com as despesas do imóvel funcional, Do Val preferiu dormir no tapete do Senado, ao lado de fora do plenário. Segundo ele, essa é a única opção segura, com acesso a água, luz e capacidade para carregar seu celular.
Apesar de ter direito a um amplo gabinete no 18º andar do anexo 1 do Senado, equipado com sofás de couro, cadeiras estofadas, água, eletricidade e internet, Do Val optou por passar a noite nas áreas comuns do Senado.
Gazeta Brasil