Como um hacker alemão trouxe de volta à vida um satélite abandonado há 12 anos, transformando o impossível em realidade

(Divulgação)
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13/01/2025 07:11 | 4 min de leitura


Já imaginou perder algo precioso e só ter a chance de resgatá-lo mais de uma década depois? Agora, imagine que esse algo é um satélite em órbita, girando a 27.000 km/h ao redor da Terra. Foi exatamente isso que um estudante alemão conseguiu: ressuscitar o BEESAT-1, um pequeno satélite que estava inutilizável há 12 anos. Essa história é uma mistura de ciência, determinação e genialidade.

Falhas em satélites são comuns, afinal, o espaço é um ambiente extremamente hostil. Radiação, temperaturas extremas e colisões são só alguns dos desafios. No caso do BEESAT-1, um nanossatélite da Universidade Técnica de Berlim, a falha parecia irreversível… até que um jovem hacker decidiu que ele merecia uma segunda chance.

A história do BEESAT-1

O BEESAT-1, lançado em 2009, é um CubeSat 1U. Isso significa que ele mede apenas 10 x 10 x 10 cm — do tamanho de uma caixinha de sapatos! Mas, apesar de pequeno, ele era ambicioso: equipado com uma câmera e uma roda de reação, tinha potencial para missões de observação e experimentos tecnológicos. Seu poder de processamento? O equivalente a um Game Boy.

Dois anos após o lançamento, problemas começaram a surgir. Primeiro, um controlador começou a enviar dados errados. O controlador reserva resolveu temporariamente, mas, em 2013, o satélite parou de operar por completo. Ele estava condenado a orbitar silenciosamente a 723 km da Terra por pelo menos 20 anos, sem cumprir sua missão.

Uma missão impossível?
Tentar recuperar um satélite em órbita é como tentar ajustar uma peça de quebra-cabeça em um carro em movimento. Com uma janela de comunicação de apenas 15 minutos por sobrevoo e velocidade absurda, o desafio parecia intransponível.

Mas um estudante alemão, conhecido como PistonMiner, viu nessa missão impossível um desafio irresistível. Fascinado pela órbita alta do BEESAT-1, ele decidiu que precisava trazê-lo de volta à vida, mesmo que isso significasse reconstruir códigos antigos e criar simulações de funcionamento.

Como o hacker trouxe o satélite de volta à vida
Primeiro, PistonMiner analisou os poucos sinais que o satélite ainda emitia. Ele percebeu que os dados estavam corrompidos, indicando uma falha de configuração, provavelmente causada por uma reinicialização durante a gravação de memória.

A partir de códigos antigos e simulações feitas com peças de outros CubeSats, ele conseguiu criar patches de software. Com isso, reprogramou o satélite e corrigiu os parâmetros vitais. O resultado? O BEESAT-1 voltou a transmitir telemetria e até imagens de sua câmera!

Fonte: Click Petróleo e Gás

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