A presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores), Gleisi Hoffman, será a próxima ministra da Secretaria-Geral da Presidência, do governo Lula (PT), a partir da reforma ministerial prevista para março deste ano, segundo revelou o Estadão.
Para comandar a legenda no lugar de Gleisi, um dos vice-presidentes nacionais assumirá o posto até as eleições internas previstas para julho. Estão cotados para o mandato-tampão o deputado José Guimarães (PT) e o senador Humberto Costa (PT).
O presidente Lula (PT), que teria preferência pelo nome do ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, será o responsável por dar o aval ao substituto de Gleisi.
Neste mês, o petista e sua futura ministra também conversaram sobre o destino do atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo.
Desde 2017, Gleisi Hoffman comanda a legenda nacional.
Gleisi mira boletim Focus
A presidente nacional do PT culpou o relatório no boletim Focus, que registra as expectativas do mercado para a economia brasileira, antes da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sob o comando de Gabriel Galípolo.
“Às vésperas da reunião do Copom, o pessoal do boletim Focus projeta aumento da inflação para 5,50% este ano. Ainda bem, para o Brasil, que eles erraram todas as ‘projeções’ catastrofistas sobre o comportamento da inflação e todos os outros indicadores econômicos nos últimos quatro anos”. reclamou a petista em seu perfil no X.
“Mas é inacreditável que essas apostas sem base, expressão do desejo deles, ainda sejam levadas em conta nas decisões do BC sobre assuntos tão sérios como a taxa básica de juros”, finalizou Gleisi.
Inflação
Enquanto a presidente do PT reclama do mercado financeiro, os ministros da área econômica do governo Lula correm desorientados em busca de uma solução mágica para baixar o preço dos alimentos, inflados com ajuda do perdulário Palácio do Planalto.
Na última reunião de 2024, quando o BC ainda era comandado por Campos Neto, o Copom decidiu, por unanimidade e com o voto de Galípolo, que era diretor de Política Monetária, elevar em um ponto percentual a taxa básica de juros e anunciou mais duas elevações na mesma intensidade para suas primeiras reuniões deste ano.
Segundo Campos Neto e o próprio Galípolo, essa decisão, criticada à época, como de costume, pelos petistas, foi comandada pelo próprio indicado por Lula.
Por conta de reclamações como essas e de insistentes reclamações públicas de Lula contra o indicado de Jair Bolsonaro para o BC, que sugeriam sua intenção de controlar a flutuação da taxa básica de juros, a gestão de Galípolo começa sob suspeita, que só serão dissipadas com uma atuação técnica.
Fonte: O Antagonista