O déficit nas contas externas do Brasil aumentou significativamente nos primeiros sete meses de 2024 após resultado ruim em julho e marcou o pior saldo negativo para o período desde 2019 – quando ficou em 36,3 bilhões de dólares
De acordo com os dados do Banco Central, no mês o déficit ficou em 5,2 bilhões de dólares, contra um saldo negativo de 3,6 bilhões de dólares no mesmo mês de 2023 e expectativas de mercado de 4 bilhões de dólares.
Para o acumulado no ano, o rombo alcançou 25,6 bilhões de dólares, em comparação a 12,5 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado.
Os investimentos estrangeiros diretos cresceram 20%, totalizando 45,07 bilhões de dólares de janeiro a julho de 2024, frente a 37,5 bilhões de dólares no mesmo período do ano passado. Em julho, esses investimentos somaram7,3 bilhões de dólares, ligeiramente acima dos 7,1 bilhões de dólares no mesmo mês de 2023.
O Banco Central observa que o tamanho do déficit nas transações correntes do balanço de pagamentos (que incluem balança comercial, serviços e rendas) reflete o crescimento econômico, que geralmente resulta em maior demanda por produtos e serviços do exterior.
No acumulado de 2024, o aumento do saldo negativo foi puxado pela conta de serviços, que subiu de 22,2 bilhões de dólares, de janeiro a julho de 2023, para 28,9 bilhões no mesmo período deste ano. Esta conta inclui receitas e despesas com transporte, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais.
Além disso, a balança comercial também apresentou fraqueza nos números. O superávit comercial foi de 44,7 bilhões de dólares para o período, contra 49,8 bilhões de dólares em 2023.
Os gastos de brasileiros no exterior totalizaram 8,4 bilhões de dólares de janeiro a julho de 2024, co, leve queda em relação aos 8,46 bilhões de dólares do mesmo período do ano anterior. Em julho, as despesas foram de 1,38 bilhão de dólares, mantendo-se similar ao patamar do mesmo mês de 2023. Os gastos no exterior são influenciados por fatores econômicos, como o nível de emprego, renda e a cotação do dólar.
Fonte: O antagonista