Depois de demonizar redes sociais, Maduro diz que irá 'romper relações com o WhatsApp'

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Atualizado há 1 mês | 10 min de leitura


O ditadro da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), afirmou nesta segunda-feira, 5 de agosto, que vai “romper relações” com o Whatsapp.

Ele ainda declarou que irá deletar o aplicativo de mensagem de seu celular.

O ditadro da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), afirmou nesta segunda-feira, 5 de agosto, que vai “romper relações” com o Whatsapp.

Ele ainda declarou que irá deletar o aplicativo de mensagem de seu celular. 

 

“Eu vou romper relações com o WhatsApp. Porque o WhatsApp tá sendo usado pra ameaçar a Venezuela. Então vou deletar meu WhatsApp do celular pra sempre. E aos poucos passo meus contatos pro Telegram. Vocês me entendem? É preciso fazer isso. Diga não ao WhatsApp! Fora, WhatsApp, da Venezuela! Porque aí os criminosos ameaçam jovens e líderes populares. De telefones na Colômbia, de Miami, Peru, Chile…”, disse Maduro pela noite, em ato no Palácio de Miraflores.

“Covardes se escondem atrás do anonimato. Digo aos fascistas: covardes, vocês se escondem, mas a juventude patriota e revolucionária tá nas ruas e jamais nos esconderemos! É hora de definições. Ou tá com a violência ou com a paz. Ou tá com os fascistas ou com a pátria. Ou tá com o imperialismo ou com a Venezuela. É hora de definições, que cada um se defina. Ou ama e defende a Venezuela ou deixa o fascismo chegar. Vamos começar pelo WhatsApp. No WhatsApp, tão ameaçando a família militar venezuelana. Todos os oficiais. No WhatsApp, tão ameaçando a família policial. No WhatsApp, tão ameaçando líderes de rua e comunidade. No WhatsApp, ameaçam quem não apoia o fascismo. Vocês estão sendo ameaçados pelo WhatsApp. Primeiro passo: saída voluntária, progressiva e radical do WhatsApp”, acrescentou.

“Regulação” das redes sociais
Mais cedo nesta segunda, Maduro acusou os Estados Unidos de utilizar o TikTok e o Instagram para mobilizar os venezuelanos contra o regime, que se recusa a apresentar as atas das eleições de 28 de julho.

“Não serão quatro declarações do governo dos Estados Unidos que vão determinar a vida institucional da Venezuela. Não, não, não. A Venezuela não é colônia de ninguém. Jamais nos guiaremos por chantagem internacional”, afirmou o ditador durante a celebração do 87º Aniversário da Guarda Nacional Bolivariana.

“Eles infectaram setores importantes com ódio. E o ódio que eles espalharam através das redes sociais TikTok e Instagram… fazem de forma descarada. Em nenhum país da Europa aceitariam transmissões ao vivo por TikTok ou Instagram de assaltos armados cometidos por criminosos a prefeituras, governos, hospitais, escolas, estações de trem, de metrô, delegacias de polícia, postos da Guarda Nacional. Eles queimaram mais de 250. Queimaram durante o surto fascista de segunda e terça-feira. Vocês acham, como especialistas em geopolítica, que os Estados Unidos aceitariam isso? Que o TikTok transmitisse em Chicago, Nova York, Atlanta, Pensilvânia, surtos de pessoas armadas queimando supermercados, agredindo pessoas na rua? Eles permitiriam isso? É uma questão de segurança nacional, não é?”, acrescentou.

“Os principais instrumentos que multiplicam conscientemente o ódio e o fascismo e tentam dividir os venezuelanos, criando fanáticos fascistas que atacam a polícia, os militares ou o povo chavista em suas comunidades são TikTok e Instagram. E é isso que eu denuncio. Eles têm sido os principais instrumentos. Sem nenhum tipo de regulamentação nacional. Espero recomendações do mais alto nível de segurança da nação – Conselho de Segurança, Conselho de Defesa -, preciso de recomendações sobre este assunto”, completou.

Cara de um, focinho do outro
Desde que assumiu seu terceiro mandato, Lula tem repetidas vezes defendido a regulamentação das mídias sociais.

Em carta enviada à Unesco, em fevereiro de 2023, o petista defendeu um esforço global na regulação das redes sociais. No documento endereçado à diretora-geral da entidade, Audrey Azoulay, o petista disse que as plataformas digitais trouxeram “riscos à democracia, riscos à convivência civilizada entre as pessoas e riscos à saúde pública”, tendo em vista a disseminação de desinformação no ambiente digital.

“A regulação deverá garantir o exercício de direitos individuais e coletivos. Deverá corrigir as distorções de um modelo de negócios que gera lucros explorando os dados pessoais dos usuários. Para ser eficiente, a regulação das plataformas deve ser elaborada com transparência e muita participação social. E no plano internacional deve ser coordenada multilateralmente”, afirma o texto, sem detalhes.

Em entrevista ao SBT, veiculada em 11 de março de 2024, voltou a falar sobre o assunto:

“Eu acho que é preciso uma regulamentação das mídias sociais, mas ela precisa ser resultado de um longo debate entre a sociedade brasileira, especialistas e usuários dessas mídias. Não podemos confundir liberdade de expressão com o uso da liberdade para fazer maldade aos outros, acusações falsas, bullying e incentivos a ataques. Fazer da internet um instrumento de comunicação e conhecimento para fazer o bem e a regulamentação precisa ir nesse sentido.”

Fonte: O antagonista

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