Depois de idas e vindas em declarações do presidente Lula sobre corte de gastos e equilíbrio de contas públicas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou a divulgação de um congelamento dos gastos do governo em 15 bilhões de reais.
O valor é maior que o esperado por analistas, que achavam que o governo faria uma contenção de cerca de 10 bilhões de reais, mas menor que o necessário para conseguir alcançar a meta de zerar o superávit, que ensejaria algo próximo a 30 bilhões de acordo com a parcela mais vocal dos analistas e economistas.
Mesmo assim, o real se desvalorizou fortemente frente aos pares emergentes e só não perdeu valor para o peso chileno na semana. O dólar avançou 17 centavos de real no período para encerrar a sexta-feira, cotado acima de 5,60 reais, em alta de mais de 3,20%.
Desta vez, apesar do impulso inicial com cortes de falas de Lula distribuídas na terça-feira, 16, que estressaram os mercados, a maior pressão sobre a moeda nacional parece ter vindo das incertezas com as eleições americanas e com a recente vantagem do ex-presidente Donald Trump nas casas de apostas e em pesquisas de opinião, embora o cenário interno, como de costume, não tenha ajudado.
Os juros futuros iniciaram a sexta-feira, 19, em queda, repercutindo positivamente o anúncio da contenção de despesas pela equipe econômica, mas também não resistiu à piora do ambiente para os emergentes. Na semana, a curva futura somou até 50 pontos base em alguns prazos intermediários e precificou taxas mais altas por todos os vencimentos.
O Ibovespa, principal índice acionário, interrompeu a sequência de quatro semanas no positivo e encerrou o dia com 0,99% de queda acumulada no período. Apenas 22, ou 26%, dos 86 papéis que compõem o indicador registraram ganhos na semana, com destaque para Usiminas (+5,83%), Embraer (+3,16%) e Metalúrgica Gerdau (+3,08%). Do lado negativo, as três principais baixas no período ficaram com Pão de Açucar (-13,39%), Cogna (-11,64%) e CVC (-0,53%).
Fonte: O Antagonista