A enfermeira Sandie Peggie, com 30 anos de serviço no Victoria Hospital, na Escócia, entrou com uma ação judicial contra o NHS Fife após ser suspensa por se recusar a dividir o vestiário feminino com o médico transgênero Beth Upton, que nasceu homem e se identifica como mulher.
Peggie relatou ao tribunal que se sentiu constrangida ao encontrar Upton no vestiário em três ocasiões. No primeiro incidente, em agosto de 2023, decidiu esperar no corredor até que o médico saísse. Em outubro, já se trocando, saiu imediatamente ao vê-lo entrar.
No terceiro episódio, na véspera de Natal, entrou no vestiário e viu Upton começando a se despir. Pediu que ele saísse, mas recebeu como resposta que ambos tinham o mesmo direito de usar o espaço.
Após o episódio, Upton registrou uma queixa formal, e Peggie foi afastada e posteriormente suspensa. No tribunal, a enfermeira argumentou que sua recusa se deu por desconforto em dividir um espaço íntimo com alguém de sexo biológico masculino, não por discriminação contra pessoas trans.
Ela afirmou que o vestiário tinha uma placa indicando que era exclusivo para mulheres e que não se sentia à vontade para se trocar na presença de Upton.
A advogada de Upton, Jane Russell, alegou que Peggie teria se recusado a trabalhar com o médico por ele ser trans, prejudicando o ambiente de trabalho. Peggie negou a acusação e disse que sua objeção se restringia ao uso do vestiário.
O caso ganhou repercussão no Reino Unido, com protestos de grupos feministas que defendem a manutenção de espaços exclusivos para mulheres. A escritora J.K. Rowling manifestou apoio à enfermeira e criticou a decisão do hospital de suspendê-la.
O tribunal de Dundee segue analisando o caso, que pode estabelecer um precedente sobre o uso de espaços femininos por médicos trans no sistema público de saúde britânico.
Fonte: O antagonista