O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou neste sábado, 20, durante comício do partido italiano Liga, que a Itália abriga “perseguidos políticos” do Brasil. Ele citou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE):
“Carla Zambelli e Eduardo Tagliaferro vieram para a Itália por acreditarem ser um local mais seguro do que o Brasil”, disse.
Flávio defendeu que o governo italiano não extradite Zambelli, presa desde julho: “Lá [no Brasil] ela poderá morrer na cadeia injustamente”.
O senador também mencionou o irmão, deputado Eduardo Bolsonaro (PL), e disse que ele está “exilado com sua família nos Estados Unidos”.
“Esse mesmo juiz [Moraes] o proibiu de falar com Jair Bolsonaro. Isso mesmo: um juiz proibiu o filho de falar com o próprio pai”, afirmou.
Durante o evento, Flávio criticou também a articulação entre o Congresso e integrantes do STF para discutir a redução de penas pelos atos do 8 de Janeiro.
“Ninguém acha antidemocrático o ministro do Supremo ligar para o presidente da Câmara dos Deputados e falar: ‘Olha, que papo é esse aí de projeto de anistia que vocês estão discutindo? Eu quero ver esse texto, manda para cá que eu quero ver se eu autorizo’”, disse.
O senador também classificou a PEC da Blindagemcomo “instrumento razoável” diante de processos do STF contra legisladores.
“É PEC da impunidade ou PEC da sobrevivência? Por que alguém tem dúvida disso ou isso tem que ser dito com todas as letras que hoje o Supremo manda no Congresso Nacional? Aí, tem uma PEC que, obviamente, a partir do momento que ministro do Supremo abre processo contra parlamentares por nada, me parece um instrumento razoável de sobrevivência.”
Flávio viajou à Itália acompanhado dos senadores Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Damares Alves (Republicanos-DF) para visitar Zambelli.
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Após reunião realizada na noite de quinta-feira, 18, o relator do PL da Anistia, Paulinho da Força (Solidariedade) defendeu uma mudança completa de foco na proposta. O parlamentar declarou que o texto vai discutir uma mudança na dosimetria das penas, não uma extinção da punibilidade.
A estratégia foi definida após reunião na casa do ex-presidente Michel Temer. O deputado federal Aécio Neves (PSDB) também participou. Durante a conversa, foram ouvidos também pelo menos dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Segundo Paulinho, até mesmo o Poder Executivo teria dado um aval para o texto.
Fonte: O ANTAGONISTA