O Ministério Público de São Paulo (MPSP) está atualmente investigando uma possível ligação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o financiamento de jogadores de futebol do Corinthians. A investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tenta determinar se recursos ilícitos do tráfico de drogas foram usados para contratar atletas.
Rafael Maeda Pires, mais conhecido como “Japa”, emergiu como uma figura-chave no potencial esquema. A suspeita é que Japa desempenhou um papel central na ponte entre o crime organizado e o clube paulista, mas ainda há muitas perguntas a serem respondidas.
Em março de 2023, surgiram delações sugerindo que Japa teria intermediado a contratação de jogadores como Du Queiroz e Igor Formiga para o Corinthians em 2021. Tais negociações foram registradas em mensagens de WhatsApp, agora sob análise do MPSP. Os registros incluem discussões de contratos e transações bancárias que indicam uma relação suspeita entre Japa e dirigentes do clube.
Essas mensagens revelam detalhes que sugerem que o PCC pode ter utilizado esses contratos para lavar dinheiro. A proximidade entre Japa e os dirigentes do Corinthians levanta sérias questões sobre a transparência e a origem dos recursos envolvidos nas contratações.
Rafael Maeda Pires, o Japa, foi encontrado morto em maio de 2023, em um estacionamento na zona leste de São Paulo. Inicialmente, acreditava-se que ele tivesse sido forçado a cometer suicídio por ordens do “tribunal do crime” do PCC – um método utilizado pela facção para evitar execuções. No entanto, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) explora agora a possibilidade de homicídio.
Uma operação realizada em 16 de agosto de 2023 resultou na apreensão de armas, barras de ouro e celulares em 13 endereços relacionados ao caso. Essas novas evidências podem fornecer informações cruciais sobre as circunstâncias da morte de Japa e sobre a extensão de suas atividades criminosas.
Se confirmadas, as suspeitas podem ter amplas repercussões no futebol brasileiro. A utilização do esporte para a lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas poderá redefinir as práticas de fiscalização e contratação de clubes. O envolvimento do PCC no financiamento de jogadores como Du Queiroz e Igor Formiga sugere que esta não é uma situação isolada.
As armas e barras de ouro apreendidas durante a operação de agosto de 2023 ilustram o grau de sofisticação e os recursos envoltos nas operações criminosas. Essas descobertas podem ser a chave para compreender a extensão da infiltração do crime organizado no futebol.
A continuidade das investigações é essencial para desvendar todas as camadas deste complexo caso. O futebol brasileiro, assim como as autoridades, aguarda ansiosamente por esclarecimentos que poderão mudar a forma como o esporte é administrado e como o crime organizado é combatido no país.
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