Nesta quinta-feira (5), o conservador Michel Barnier, ex-ministro e ex-comissário europeu, foi nomeado como primeiro-ministro da França pelo presidente Emmanuel Macron, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.
Barnier foi encarregado de “formar um governo de unidade a serviço do país e dos franceses”, destacou a presidência francesa em um comunicado.
A nomeação de Barnier acontece “após um ciclo de consultas sem precedentes” nas quais Macron “garantiu que o primeiro-ministro e o próximo governo reuniriam as condições para ter a maior estabilidade possível”.
O anúncio de sua nomeação ocorreu poucos minutos depois de o ex-ministro sair de uma reunião privada com Macron no Eliseu.
A posse de Barnier acontecerá ainda na tarde desta quinta, às 16h (horário local, 11h de Brasília), no Palácio de Matignon, residência oficial do chefe de governo.
Barnier, de 73 anos, será o primeiro-ministro mais velho da Quinta República e substituirá o mais jovem a ocupar o cargo, Gabriel Attal, que assumiu o posto no último mês de janeiro, aos 34 anos.
A nomeação acontece depois de duas semanas de intensas consultas políticas por parte de Macron e quando, no próximo sábado (7), se completam dois meses desde o segundo turno das eleições legislativas, que deixou uma Assembleia Nacional sem uma maioria clara e enormemente dividida.
Barnier foi escolhido por Macron depois que outras figuras, que havia considerado anteriormente, enfrentaram vetos da esquerda e da direita, que são dois dos três grandes blocos da atual Assembleia Nacional.
A secretária nacional do Partido Ecologista, Marine Tondelier, acusou Macron de “submeter-se” à líder da direita, Marine Le Pen, uma vez que esta última ameaçou censurar outros possíveis primeiros-ministros, inclusive o conservador Xavier Bertrand.
– Ao final, já sabemos quem decide. O nome dela é Marine Le Pen. Foi ela a quem Macron decidiu submeter-se – criticou Tondelier, em declarações à emissora FranceInfo.
O novo primeiro-ministro tem uma vasta experiência política na França e nas instituições da União Europeia.
Seu último cargo foi o de negociador europeu para o Brexit entre 2016 e 2021, depois de ter sido comissário europeu em duas ocasiões: de Mercado Interno (2010-14) e de Política Regional (1999-2004).
Foi ainda ministro das Relações Exteriores entre 2004 e 2005 durante a presidência de Jacques Chirac, e da Agricultura entre 2007 e 2009 com Nicolas Sarkozy no Eliseu, e antes disso foi titular do Meio Ambiente e de Assuntos Europeus.
Em uma longa carreira política iniciada em 1973, foi também membro do Parlamento Europeu e deputado e senador na França.
*Com informações da Agência EFE
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