O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) apresentou, nesta sexta-feira (22), medida cautelar para suspender os salários de 25 militares indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento na trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Um dos maiores salários da lista é de Braga Netto, general da reserva e ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022: R$ 35.294,02.
O pedido será analisado pelo TCU. A representação, assinada pelo subprocurador-geral Lucas Furtado, se baseia em matéria publicada pelo Metrópoles que aponta que o governo gasta R$ 8,8 milhões por ano com os militares indiciados por participação na tentativa de golpe.
A Polícia Federal (PF) indiciou, na última quinta-feira (21) 37, pessoas envolvidas em tentativa de golpe de Estado contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na lista da PF, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, constam nomes de ex-integrantes do governo e de militares do alto escalão do Exército.
Imagem das Forças Armadas
Em entrevista ao SBT Brasil, o professor do Instituto de Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense, Eduardo Heleno, disse que o envolvimento dos militares compromete gravemente a imagem das Forças Armadas e da democracia no Brasil.
"O impacto que tem na imagem da força é muito grande. A gente deve se perguntar para que servem as forças armadas? Numa democracia, ela serve pra nos proteger de ameaças externas. No caso do Brasil, tradicionalmente as forças armadas foram usadas internamente e muitas vezes com a força política agregada a algum campo ou com própria autonomia, ou seja, atuando como ator político", disse o o especialista em relações civis e militares.
Caso os indiciados sejam condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a penas superiores a dois anos de prisão, caberá ao Superior Tribunal Militar (STM) decidir sobre a perda de suas patentes.
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Fonte: SBT News