MST intensifica invasões após visita de Lula a acampamento

Foto: Ricardo Stuckert/PR
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15/03/2025 16:31 | 4 min de leitura


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) intensificou suas invasões em diversos estados, mesmo após o governo Lula sinalizar maior aproximação com o movimento. 

A retomada das invasões, como parte do Abril Vermelho, ocorre pouco depois da visita do presidente ao acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais, onde Lula anunciou a destinação de recursos para a reforma agrária. No entanto, o MST considera os avanços do governo insuficientes e pressiona por mais apoio, com críticas ao orçamento destinado à desapropriação de terras.

Em comunicado divulgado na quinta-feira, o MST afirmou que a reforma agrária não tem sido tratada como uma prioridade de Lula em seu terceiro mandato. O movimento também criticou a lentidão nas desapropriações de terras e a falta de ações efetivas.

Apenas entre 11 e 14 de março, o MST promoveu mais de 70 ações de protestos e invasões. O movimento ocupou propriedades em estados como Bahia, Espírito Santo, Ceará, Paraná e Rio de Janeiro

No Espírito Santo, cerca de mil mulheres invadiram uma área da Suzano Papel e Celulose. A ação gerou críticas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que condenou as invasões e defendeu o respeito à propriedade privada.

Em outras regiões do país, o MST também intensificou suas mobilizações, com protestos contra o agronegócio e em favor da distribuição de terras para a reforma agrária. 

Em São Paulo, os sem-terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). No Nordeste, ações contra os impactos de projetos energéticos e privatizações ocorreram em Alagoas, Ceará e Sergipe.

Invasões

Após anos discretos durante o governo de Jair Bolsonaro, o MST retomou as invasões de propriedade após o início do governo Lula. Em abril do ano passado, o movimento liderou 32 invasões.

A retomada das ações do movimento levou à instalação de uma CPI na Câmara dos Deputados no segundo semestre de 2023.

A comissão acabou sem resultado prático e sem a votação do relatório final após intervenção do governo Lula.

Com informações o antagonista

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