Para superar crise o SBT promove cortes e busca reforços

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01/12/2024 12:30 | 5 min de leitura


O SBT, que já foi sinônimo de irreverência e inovação na TV brasileira, agora parece ter se transformado em um laboratório para tentar fugir de uma crise financeira e de audiência.

A emissora, que sempre conseguiu manter uma audiência razoável nas madrugadas, parece ter cometido um erro tático ao trocar o SBT News, que passava em sua madrugada, por reprises de séries infantis e vídeos aleatórios da internet. Resultado? Perdeu até para a Record News.

A responsável pela escolha é Daniela Beyruti, presidente do canal. Com o objetivo de cortar custos e evitar um prejuízo de mais de R$ 100 milhões neste ano, ela vem cortando muita gente no canal (fala-se de centenas de pessoas dispensadas) e decidiu que acabar com o telejornal era o próximo passo.

A troca, que parecia inofensiva no papel, se revelou custosa no Ibope. A audiência, que já andava sofrendo, caiu ainda mais.

Segundo dados divulgados pelo jornalista Gabriel de Oliveira, recentemente o canal amargava 0,7 ponto com reprises dos enlatados Side Hustle e Game Shakers, enquanto a Band aproveitou para tomar a vice-liderança com o Esporte Total (1,0) e o Jornal da Band (0,9).

Até o Balanço Geral, da Record, se beneficiou com a escolha da rival, batendo o Notícias Impressionantes por 1,0 a 0,8. O que era um horário competitivo virou motivo de dor de cabeça.

E o pior: a troca aconteceu exatamente numa faixa horária em que o canal tinha maior relevância durante a semana. Lembremos que foi essa janela da madrugada que obrigou a Globo a criar o Hora 1, tempos atrás. Agora, quem se aproveita da fragilidade é concorrência.

O que mais chama a atenção é ver parte da identidade do SBT sendo arriscada numa decisão que alguns já entendem como errada. Há também quem pense que a emissora, que sempre conseguiu equilibrar o popular e o ousado, pode perder a mão tentando economizar enquanto perde em relevância.

Não é só a audiência que balança; são as perguntas que ficam: eles estão no rumo certo? Vão perder relevância? Esse possível novo programa matinal de variedades com Boninho dirigindo sua mulher, a apresentadora Ana Furtado, que tem se especulado, vai sair? E Datena, vai mesmo para o canal, turbinar o Tá na Hora?

De toda forma Daniela está certa em buscar soluções financeiras e programáticas para evitar o rombo, mas cortar o jornalismo da madrugada soa como serrar um dos galhos que ajudavam a sustentar o canal em pé, com consequências para a audiência de toda a manhã do SBT.

Substituir informação por reprises sem apelo parece ter sido uma decisão de curto prazo que poderá iter impacto no futuro, e pior, com tanta gente dispensada, voltar atrás também pode sair caro.

Que venham boas notícias da TV da Anhanguera, na forma de reforços de peso em sua programação e com mais produtos que ressoem com o grande público.

Fonte: O Antagonista

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