O câmbio automático ou automatizado é a preferência da maioria dos motoristas que podem pagar um pouco mais pelo conforto, porém, alguns desses componentes podem ser bastante problemáticos. Por essa e outras razões, como a queda no desempenho do carro, muitos motoristas estão optando por substituir o item por uma transmissão manual.
Conhecido como “swap”, o processo consiste em trocar os itens mecânicos originais dos veículos sem pedal de embreagem por um sistema manual. Segundo informações que circulam nas redes sociais, o preço do serviço varia entre R$ 5 mil e R$ 12 mil.
Um dos criadores de conteúdo que viralizaram ao ajudar os motoristas que querem abandonar o câmbio automático é Paulo Dilmar, dono do perfil de Instagram @profdicaixa. O professor tem uma oficina em Porto Alegre e mais de 20 empresas parceiras que realizam o serviço em todo o país.
Em entrevista ao UOL Carros, Dilmar explicou que os donos de carros com câmbios automatizados de apenas uma embreagem são os que mais procuram sua oficina, principalmente devido ao desempenho limitado e eventuais defeitos crônicos. É o caso das transmissões Powershift (Ford), Dualogic (Fiat), I-motion (Volkswagen), Easytronic (Chevrolet) e Easy-R (Renault).
Quando esses câmbios pifam, eles travam as rodas e deixam o motorista parado no meio da rua. É uma experiência terrível e assustadora. Isso acontece porque, nesses carros, um dos módulos de segurança está na transmissão. Se há algum problema, emitem uma ordem para parar o veículo. Como esses veículos estão bem rodados e apresentam defeitos, os proprietários preferem trocar a caixa por uma manual e se livrar da dor de cabeça, disse.
Troca e documentação
A substituição do câmbio só é feita em automóveis que possuem uma versão manual à venda, exceto o Ford Focus, que não chegou ao Brasil com essa opção, mas está bastante preparado para receber a caixa manual. Todos os carros recebem o item manual original.
O Focus é um exemplo de modelo que usa o câmbio Powershift, conhecido por problemas crônicos que provocam vazamentos, trepidações, ruídos, perda de rendimento e travamento de marchas. Segundo o “professor Di Caixa”, a substituição, neste caso, é pelo câmbio manual do EcoSport.
A maioria dos clientes possui veículos com mais de 10 anos ou 100 mil quilômetros rodados, mas existe um público com modelos mais novos.”Entre os modelos mais novos, o que mais recebo é o Renegade. Ele tem um câmbio automático problemático, com um defeito no trocador de calor que contamina outras peças. O conserto custa mais de R$ 20 mil, então alguns proprietários estão preferindo trocar pelo manual”, contou.
Para facilitar a vida do motorista, a alteração no documento do veículo não é necessária. “Não precisa alterar nada no documento com a troca do câmbio. Só precisa mudar caso troque motor, cor, capacidade, combustível ou chassi, etc.”, completou o advogado e escritor Marco Fabrício Vieira, membro da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
Fonte: News Motor