O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela entregou as atas das eleições presidenciais à Corte Suprema nesta segunda-feira (5), segundo informações divulgadas pela agência de notícias AFP.
"Entrega-se tudo o que foi solicitado pelo máximo Tribunal da República", disse o chefe do CNE, Elvis Amoroso. A declaração foi dada durante audiência no TSJ (Tribunal Supremo de Justiça). Tanto o CNE quanto o TSJ são acusados pela oposição de servir ao chavismo no poder.
Maduro foi eleito com cerca de 51% dos votos, segundo o CNE. A oposição contestou imediatamente o resultado, denunciou irregularidades na contagem dos votos e disse que o seu candidato, o diplomata Edmundo González Urrutia, havia sido eleito o novo presidente da Venezuela.
A suspeita de irregularidades provocou violência generalizada no país. Vídeos publicados nas redes logo após o anúncio da suposta vitória mostram críticos ao regime entrando em confronto com a Guarda Nacional Bolivariana e paramilitares pró-Maduro, além da derrubada de estátuas que homenageiam o "chavismo", que já completa 25 anos no poder.
O TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela pediu as atas à autoridade eleitoral, na última sexta-feira (2), que entregasse as atas de votação das eleições de 28 de julho, em que o presidente Nicolás Maduro foi reeleito, em meio a denúncias de fraude feitas pela oposição. O pedido foi uma resposta a um recurso apresentado pelo presidente socialista para que o tribunal "certifique" os resultados, o que a oposição rejeita, por considerar que não é de sua competência. O TSJ havia dado prazo de três dias úteis para o cumprimento da decisão.
Diante do impasse, o diplomata Edmundo González Urrutia, principal candidato opositor a Nicolás Maduro, se autoproclamou o novo presidente da Venezuela e pediu ajuda militar nesta segunda-feira (5). A declaração foi feita pela oposição por meio de carta aberta publicada nas redes sociais.
"Vencemos esta eleição sem qualquer discussão", diz a mensagem divulgada por Urrutia. "Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica e democrática, com resultados irreversíveis. Agora cabe a todos respeitar a voz do povo a proclamação de Edmundo González Urrutia eleito presidente da República", completa o texto. O anúncio, porém, é simbólico.
Com informações de UOL